Pois é, estávamos aqui, procurando um destino para ir durante a páscoa quando o nosso amigo Baiath (escreveram o nome dele assim e a gente adotou...) nos falou desse destino improvável e pouco explorado. Resolvemos embarcar na aventura e fomos passar nosso feriado prolongado nesta cidade.
Yogyakarta é a antiga capital da Indonésia (atualmente a capital é Jakarta). Ela se localiza na ilha de Java, sendo que esta detêm 60% da população total da Indonésia. A maior ilha é Borneo seguida de Sumatra (quem gosta do jogo war ai hein???)
Logo na chegada já fomos recebidos pelo calor infernal da cidade. Mas tivemos a primeira grande alegria e surpresa da viagem: ficamos milionários. Devido a diferença de câmbio, a moeda local (rupias, alguém ai se lembra de Zelda??) é muito desvalorizada, então pegamos mais de um milhão de rupias. Mas nem precisam ficar preocupados, uma coca-cola custava uma média de 4500 rupias, ou incríveis 0,87 reais. Então pra ser milionário é preciso ter... R$195,00!!!
Para vocês terem uma idéia, ficamos em um hotel pagando menos de 100 reais por dia, mas o nosso hotel era um dos mais requintados da cidade, foi inaugurado há apenas 3 meses.
No primeiro dia passamos por um certo perrengue, pois fomos caminhar pela cidade no calor infernal e com fome, mas depois de chegarmos no restaurante tudo melhorou.

No segundo dia saímos para explorar a área central da cidade, conhecida como Kraton. Antigamente residência de sultões, atualmente a área se encontra ocupada por populares de baixa renda, lembrando algumas cidades pobres do Brasil. Uma coisa que não ajudou a conservação foi o fato dos terremotos freqüentes destruírem as ruínas, sendo que em 2006 ocorreu um muito grave que destruiu parte do antigo castelo dos sultões. Os trabalhos na madeira eram coisas impressionantes, mesmo com séculos de idade ainda mantinham a beleza de eras atrás.
Ao chegarmos no palácio real, encontramos alguns guias e resolvemos pegar um. Pagamos a bagatela de 20.000 rupias (ou 3,90 reais) ele quis nos mostrar toda a cidade. Nos levou por diversos caminhos alternativos, mas sempre éramos recompensados com áreas muito bonitas sobre as quais ele ia explicando o sentido e o contexto histórico.

Ele nos levou também para conhecermos os artesãos que fazem as famosas marionetes da indonésia. Esculpidas em couro de búfalo, e pintadas com corantes naturais, essas marionetes são bem famosas por aqui.
Fomos também no chamado palácio das águas, onde existiam piscinas que só podiam ser freqüentadas pelo sultão e suas esposas (pela lei da Indonésia até hoje ainda é possível a poligamia). Nessa piscina ai embaixo ficavam as esposas, e o sultão do alto da torre podia arremessar uma flor na piscina e a afortunada que a pegasse poderia passar a noite com ele.

No terceiro dia de nossa viagem seguimos para o nosso destino desejado em Yogjakarta: visitar os templos de
Borobudur e de Pramanam. Fomos inicialmente para Borobudur, para assistir o nascer do sol. Borobudur é um templo budista, construído no século 9 e que ficou esquecido durante séculos até ser re-descoberto por Thomas Stamford Bingley Raffles, que também foi o fundador de Cingapura (eita povo que tinha tempo viu...) Se trata de um monumento gigantesco, com seis plataformas retangulares concêntricas, decorada com 2672 painéis e 504 estátuas de Bhuda. O Domo principal, localizado ao centro é cercado por 72 estátuas de Bhuda sentados dentro de stupas. O nascer do sol lá foi uma experiência única, não tenho muitas palavras para descrevê-lo.

De lá, seguimos viagem para nosso próximo destino, mas no meio do caminha nosso motorista resolveu nos levar para conhecer uma fruta típica da Indonésia, conhecida como Salak. O gosto lembra uma jaca, mas até que era gostosa. Alias, nosso motorista foi outro achado. Pagamos no total 430.000 rupias, ou 83 reais, para ficarmos com ele por 10 horas de trabalho, sendo que ele pagou o combustível e todos os estacionamentos...
Chegamos a Pramanam, um templo hinduísta construído na mesma época. Muito interessante ver a diferença entre os templos e diferentes estilos utilizados. Uma das coisas mais interessantes é o sincretismo religioso, já que um dos templos possui estátuas de Shiva ao lado da estátua de Bhuda.
O calor era tão grande e andamos tanto que voltamos para o hotel mesmo ainda tendo tempo "alugado" de carro e motorista. Renata hibernou logo depois do almoço e só acordou de vez no dia seguinte. Eu e o Baiath ainda saímos de novo pra comer um prato especialíssimo: sanduíche do Mc Donald's!
No dia seguinte foi só arrumar as malas e voltar pra Cinga, mas já estamos pensando na próxima viagem...